Li esse texto agora no Instagram e preciso gravar ele aqui.
Reposted from @omolojiagbara
Africanamente reconhecemos que somos a soma de todos os nossos e nossas ancestrais.
Trazermos no corpo as marcas de glória, felicidade e afetos de acolhimento.
Mas também trazemos as tristezas, a dor do abandono, a tragédia do sequestro de África, as durezas das relações familiares...
Somos a soma, sobretudo, das experiências da nossa ancestralidade familiar que são repassadas de geração a geração na convivência cotidiana.
E é importante que reconheçamos quais dores se manifestam em nós e que não são nossas diretamente (tão quanto aquilo que nos fortalece).
Falo das dores, pois comumente são elas que nos paralisam ou nos deixam mais fragilizados.
Reconheço ser legítimo sentir a dor dos meus e das minhas ancestrais.
E do mesmo modo eu digo que quero ser o corpo que irá reconhecer essas dores, as feridas e marcas, mas não quero que meu corpo seja depósito, e sim o colo que acolhe e direciona essas e esses ancestrais para a cura.
Aprendi que meu autocuidado não é “auto”. Muitos ebós, fundamentos, afetos, sessões de terapia, jogos de búzios, tarô, idas ao médico, conversas em grupo... São em paralelo para mim e também para esse povo todo que está em mim.
Quando Oxum lava primeiro as suas pulseiras ela está lavando as pulseiras da sua ancestralidade, força vigorosa em si.
Nesse auto/inter-cuidado eu fortaleço a mim e aos meus e minhas ancestrais:
Processo de cuidado profundo, complexo e denso, mas com muito amor, eu cuido de mim/da minha gente...
👉🏾Texto: Omoloji Àgbára Dúdú- @omolojiagbara
👉🏾 NagôDengo - @nagodengo
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