quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Porque eu amo Basquete.

Não sei se comentei aqui, mas enfim. Pra quem não sabe sou apaixonada por basquete. Jogo desde os 12 anos e só pretendo parar no caixão. Atualmente a frequência não é a desejada, mas sigo amando esse esporte.

Pouco depois da Seleção Brasileira Masculina garantir vaga nas Olimpíadas, depois de 16 anos de jejum, eu vi uma reportagem que me deu vontade de escrever aqui: porque será que gosto tanto de basquete?

Na real, poderia estar falando aqui da magia do esporte, de forma geral, mas depois dessa reportagem, tenho que puxar o assado pro meu lado....

A manchete é: "Jovem carente dá a volta por cima no basquete com 'adoção' de professoras"
Destaquei dois trechos do texto, mas o vídeo é emocionante e recomendo!

"João Vitor, 12 anos, poderia ter sido mais uma criança sem futuro se não fosse o trabalho de duas ex-jogadoras de basquete. Há três anos incluído em um projeto social, que o tirou do Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, o jovem passou a morar na casa de Ana e Márcia, veteranas no esporte, e tem sido destaque nos torneios que participou, como o Estadual Carioca, em que defendeu o time sub-13 do Tijuca Tênis Clube"
"O projeto de vida dele é a mudança de vida, basquete, mas mudança de vida em primeiro lugar, mudança de atitude, saber que ele pode, pode crescer, ser melhor a cada dia – explica Márcia sobre a volta por cima do menino."

Ver essa reportagem me fez voltar no tempo e lembrar da minha infância e adolescência dedicada a um esporte, ao basquete. Não fui para a WNBA e nunca fui jogadora profissional. E esse definitivamente não é o maior resultado que o envolvimento no esporte me trouxe.

Na cidade onde "me criei" (Osório) as opções para os jovens eram escassas, já na década de 90. Participar de uma equipe de basquete, ter horários de treino e campeonatos no final de semana de saída já diminuíram as minhas possibilidades de estar "vagabundeando". Não tive uma infância abaixo da linha da pobreza, mas ainda assim as possibilidades "do mau" também estavam ali, me olhando, notadamente drogas e álcool. Aos 14 anos tudo que se quer é "aproveitar", e eu mesmo fazendo parte de um projeto esportivo tive meus porres e loucuras, imagina se não estivesse??? Talvez estivesse entregue ao mundo das drogas, vai saber??

Lembro até hoje da minha primeira participação num campeonato, foi em 1993, o jogo era em Porto Alegre, uns 96km de Osório, ida de manhã e retorno a tarde, o que não impediu que eu levasse uma mochila imensa e um estoque de comida suficiente para uma guerra nuclear! Lembro até hoje da emoção de entrar no ônibus e ir sozinha (leia-se sem minha mãe) pra algum lugar! Nunca vou esquecer do lugar (hoje sei que o Centro Vida na Baltazar) e dos jogos, foi tudo mágico! Aos 12 anos eu tinha que ter responsabilidade suficiente para não perder o ônibus, cuidar da minha própria mochila, me manter atenta ao grupo, e, principalmente obedecer os adultos (técnico e assistentes) presentes. Coisas muito simples, banais até, mas que fazem toda a diferença no futuro.

Passei a adolescência numa paixão doida pelo basquete! Tinha até um caderno onde anotava as jogadas, não faltava treino por nada, e quando minha mãe tentou me castigar proibindo de ir fiz greve de fome!!!!!!

O que eu quero dizer com tudo isso é que os esportes, notadamente os coletivos como o basquete, tem um benefício que é pra toda a vida. No meu caso (e no caso do João Vitor aí da reportagem) me permitiu passar por uma fase da vida onde as possibilidades de tu te desviar do caminho são muitas, coloridas, maravilhosas e atraentes, sem perder o foco. De aprender a conviver com pessoas diferentes e respeitá-las, e, principalmente, respeitar e admirar os mais velhos, como aqueles que sabem mais que nós pelo simples fato de terem vivido mais. Algo que hoje em dia se resume a "minha vó não sabe mexer no celular, logo não sabe nada".

Sem dúvida, o maiores benefícios que tive foi aprender a trabalhar em equipe, aprender a perder, a ser solidária, respeitar as regras, respeitar as pessoas, saber que sou capaz e, principalmente, a respeitar e amar o meu corpo (a ponto de não intoxicá-lo).

Acho que tudo isso ainda alimenta minha paixão pelo esporte. A adrenalina de jogar, de competir, correr, voltar a infância... Quem já participou de algum jogo sabe bem do que estou falando!

Em homenagem a esse momento catei uma foto de um álbum. Não fui atleta profissional, mas participei de dois campeonatos brasileiros representando o RS (#orgulho), a foto abaixo é da edição de 1996, realizado em Curitiba. Perdi o contato com muitas das gurias que dividiram essa fase maravilhosa comigo, algumas seguiram carreiras esportivas, como professoras, técnicas e etc, e outras, como eu, trilharam outros caminhos. Mas tenho certeza que levamos para nossas vidas uma boa lembrança e muitas virtudes cultivadas nessa fase.


Da esquerda para direita
De pé: Celso Gomes (técnico), Camilinha, Kissa, Karen, Rochele, Ana Carolina, Kely, Álida (carinhosamente chamada de Tia Álida até hj, assistente)
Abaixadas: Ednara, Débora, Danúbia, Cláudia, EU, Ana Clara.

Saudades de TODAS!!! <3

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