Rendeu o meu post anterior. Esse humilde blog ainda bebê recebeu umas 500 visitas que muito me orgulharam.. Por isso achei por bem fazer um post esclarecendo alguns pontos.
Na verdade vou esclarecer um só ponto, o meu ponto de vista.
Todas concordamos que foi uma piada desagrádavel. Mas eu continuo achando que foi só uma piada. (O que gostei mesmo foi de ver o debate que rendeu, hehehehe)
Sinto que acabamos chamando atenção demais para o que não era importante. A divulgação do mamaço por exemplo se ressentiu disso. Eu mesmo apesar de me considerarr uma "mami conectada" só soube da confirmação do mamaço de Porto Alegre em cima da hora. No twitter só se falava em CQC...
Enfim...
Antes quero agradecer a "ButecoFeminino" pela indicação do texto do Marcelo Rubens Paiva que gostei bastante e as gurias da Rede Mulher e Mãe.
Vamos aos fatos.
O que pretendo aqui é explicar o porquê que fiquei tão passada. Acho que sei o porquê: tenho "trauma" de "feministas". Assim com aspas para não desrespeitar a história grandiosa desse movimento.
Pra tentar explicar vou começar contando um episódio da minha biografia, por assim dizer.
Minha mãe se separou do meu pai em 1988, eu tinha 8 anos e minha irmã 5. Não ouve briga aparente. Nunca vi meus pais se agredirem. O amor acabou, e para eles isso já justificava a separação.
Minha mãe teve que ouvir da própria mãe que não a queria "desquitada". Uma vergonha.
Nessa ocasião minha mãe tinha passado num concurso público e trabalhava 500km distante das filhas (sim , tu não leu mal quinhentos quilômetros!! Só hoje consigo dimensionar a dor).
Ela engoliu a dor da separação e os olhares preconceituosos, a saudade das filhas, e manteve uma boa relação com meu pai. Ele seguiu morando conosco por anos. Eu só fui descobrir os detalhes "sórdidos" da separação já no final da adolescência. Pra nós foi simplesmente dito "o pai e a mãe agora não são mais namorados". O máximo de problema que essa história me causou na época era explicar aos colegas do colégio porque meu pai e minha mãe moravam juntos e não eram mais casados ;-) Seguimos, eu e minha irmã, numa infância dentro dos padrões, com pai e mãe sempre por perto.
Minha mãe é uma mulher de fibra. Lutou pelos direitos dela, exigiu sempre igualdade de tratamento e não se deixou abater, nunca deixou ninguém dizer a ela que não poderia fazer algo por ser mulher.
Minha mãe é então uma feminista? Sim, mas desconfio que ela nunca tenha gostado desse rótulo, ou até que nem tenha se visto dessa forma.
E eu peguei verdadeiro nojo dele.
Eu vi uma "verdadeira feminista" em ação.
E vi também minha mãe ter amigas que militavam no movimento, por assim dizer, tinham discursos embasados, empunhavam bandeiras e gritos de ordem mas em casa acabavam com as mãos no tanque esfregando cuecas. Mantinham casamentos infelizes para não ficar "sem marido", e outras ainda que procuravam nos casamentos a segurança financeira do futuro.
Minha mãe me ensinou com sua trajetória que os homens não são um inimigo a ser combatido. Ela poderia ter nos afastado do nosso pai com a separação. Seria considerado até natural. Afinal os filhos são das mulheres e aceitamos bovinamente que homens paguem pensão e mantenham-se a distância e até sumam. Ela preferiu ter meu pai por perto e com isso nós ganhamos um pai e meu pai uma oportunidade de crescer. (Hoje sei que o preço foi alto, meu pai não foi o ex-marido perfeito.)
Acho que é por isso que reações como a da Lola me incomodam tanto. Seriam os homens a encarnação do mal na terra?
Acredito que a responsabilidade de um mundo melhor, inclusive de homens melhores, é também das mulheres.
Nesse episódio especificamente. Quantas de nós, mães e mamíferas, que saímos em defesa do mamaço propusemos essa discussão entre os homens que nos cercam? E não estou falando apenas dos maridos, falo também dos nossos pais, irmãos, filhos, amigos.
Poucas. Tenho certeza que poucas.
Algumas me dirão: "Ah, mas o meu marido não entende dessas coisas" ou "Meu irmão é muito novo, nem dá pra falar com ele sobre isso."
Todas respostas prontas de quem considera os homens seres incapazes.
Eu não acho.
E acho mais: o mundo é tão das mulheres que está nas nossas mãos mudar os homens também.
Pra mim o mundo precisa muito mais, agora, do movimento feminino do que do movimento "feminista".
Tá passando da hora das mulheres pararem de reclamar dos homens e tomar atitudes pró-ativas. Eu falo isso muito também porque tenho a responsabilidade de deixar para o futuro um homem mais educado e consciente que atende pelo nome de Teodoro.
Por essas e outras razões que achei desproporcional a reação contra o CQC.
Chega de mimimi mulherada!
;-)
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