domingo, 19 de junho de 2011

Projeto ViDHas

Estou participando desde o ano passado do projeto ViDHas do Centro de Memória da Carris. O projeto é um produto da exposição "ViDHas: histórias de lutas e conquistas dos negros pelos Direitos Humanos" em que fui convidada para fazer parte, olha aê o painel com a minha biografia:




Não preciso dizer que fiquei mega-lisonjeada com o convite da Renata Andreoni, do Memória Carris. Topei na hora!

Além de mim, tem mais 3 personagens contemporâneas: Jorge Terra, Lorecinda Ferreira Abrão e João Cândido de Oliveira Neto. Um luxo!!!

E como se não bastasse o projeto ganhou novas cores: itinerância nas escolas!!!!

Aí sim, ficou mara!!!

A ideia é que escolas de Porto Alegre recebam os banners das exposição e um dos personagens para uma palestra sobre a exposição e principalmente sobre Direitos Humanos da população negra.

Após alguns meses organizando a parada começamos a itinerar pelas escolas, nas últimas duas semanas estive em duas escolas: no dia 08/06 na Escola Vila Cruzeiro do Sul e no dia 16/06 na Escola Vitor de Brito.

Adorei ir nas duas escolas! A possibilidade de conversar com crianças e adolescentes sobre um tema tão duro como o preconceito racial de forma franca e aberta é realmente uma experiência incrível.

Na Escola Cruzeiro do Sul, uma das perguntas que mais gostei foi de um aluno que relatou que na rua dele tem uma "véia" que não gosta de negros, e que a criançada joga pedras na casa dela por isso. Antes mesmo de que eu começasse a discorrer sobre o "violência não leva a nada" um dos alunos saiu com essa: "Aí mesmo que ela não vai gostar de negros mesmo!". Vejam: não foi sequer necessário que eu falasse, somente a possibilidade de eles debaterem isso coletivamente já fez "brotar" uma solução.

Obviamente aproveitei a deixa pra conversar sobre isso com os alunos, falamos muito sobre como devemos nos portar diante do preconceito, das ofensas, da dor que sentimos quando somos desrespeitados. Aproveito sempre pra falar de "empatia", que temos sempre que ter em mente que não é o melhor caminho "a mesma moeda" e que pra sermos respeitados devemos ter respeito também. E a acolhida foi ótima.

Olha aê as carinhas das figuras!!!




Na escola Vitor de Brito foi ótimo também!

Participaram duas turmas uma de 7ª e outra de 8ª série, a professora Simone, de História, fez a gentileza de me adiantar que eles já haviam trabalhado alguns temas da exposição em sala de aula, que a turma de 7ª por exemplo estava trabalhando escravidão, e a de 8ª estava começando a falar de Imperialismo e Apartheid. Mais perfeito impossível!!!!


Além disso a exposição estava bem no hall de entrada da escola.

Nessa escola pude utilizar o projetor, então acho que falei um pouco menos heheheheheh


Os alunos eram mais velhos, por isso um pouco mais fechados, fizeram quase nenhuma intervenção ou pergunta, mas sempre que provoquei algum questionamento eles respondiam, sinal de que não dormiram pelo menos!


Na verdade devo confessar: acho que quem mais se beneficia disso tudo sou eu mesmo. Pra mim é extremamente enriquecedor esse contato, a possibilidade de todo meu conhecimento e batalha poder servir de exemplo e possível rumo pra algumas cabeças é maravilhoso!!!


Saiba mais sobre a exposição:

O que é o projeto? Aqui.
Como surgiu? Aqui.
Agendamento de escolas: carrismemoria@gmail.com e 3289-2168
Blog do projeto: http://vidhasitinerancia.blogspot.com/

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