Achar é o mais longe que podemos ir nesse universo repleto de segredos, sussurros, incompreensões, traumas, sombras, urgências, saudades, desordens emocionais, sentimentos velados, todas essas abstrações que não podemos tocar, pegar nem compreender com exatidão. Mas nos conforta achar que sabemos.
(Martha Medeiros)
Recebi por e-mail essa mensagem e achei maravilhosa, é um daqueles textos que a gente lê e pensa: "eu poderia (queria) ter escrito isso". Por isso vou encerrar o ano de 2011 deste humilde blog com ele!
NÃO VOU LHE DESEJAR UM FELIZ ANO NOVO.
Não vou desejar que nesse ano encontre paz e felicidade permanentes. Não vou desejar que supere todas as suas metas e vença todos os desafios, encontre alegria no amor, fique rico e seja sempre a pessoa mais linda e simpática do planeta (mas vou desejar saúde. Porque com saúde não se brinca).
Não vou desejar que 2012 seja o melhor ano de todos os anos de sua vida.365 dias é muito pouco para todas as conquistas, todos os desafios e tudo o mais que deseja fazer, ser e ter.
Esse ano, quero desejar outra coisa.Desejo que se lembre de todas as conquistas que teve. Que olhe para trás e veja tudo o que foi aprendido, se lembre de todas as pessoas que apoiaram e quem você foi em todas essas situações.Que determine a vida que quer levar. De repente não é a que está levando agora, a que seus pais querem que leve. Ou seu amor. Ou seus amigos. Ou sua comunidade. Pare e pense na vida que você quer ter.
Escolha as pessoas que lhe acompanharão. Aquelas que agregam, que lhe dão apoio em todos os momentos. Escolha as que quer ao seu lado e querem estar ao seu lado.Descubra o que lhe dá prazer e trabalhe para que seja constante em seu dia-a-dia. Faça o que você ama e ame o que faz.
Reconheça as características pessoais que não gosta e aprenda a mudá-las (ou aceitá-las). Você pode ser uma pessoa melhor todos os dias. Por que quem você quer ser já está dentro de você.Então, procure. Insista e não desista.
Sim, um ano inteiro é muito pouco para tantos desejos.Então, vamos lá. Procure dentro de você a força que precisa.Suspire fundo. Comece. Agora.
Sua vida está esperando.
Fiz 31 anos na semana passada, maridão me deu de presente uma bici (bicicleta, traduzindo pra quem não é o RS) e isso me fez voltar no tempo, e não só porque andar de bicicleta tem cheiro de infância, mas me lembrei o quanto esse veículo fez parte da minha vida sempre.
Cresci em Osório, cidade pequena, dizem a "Terra dos Bons Ventos", sim, venta muito por lá. O único meio de transporte possível por lá era a bici. Hoje até se vê mais carros nas ruas e me disseram que até ônibus tem (na minha época era um chamado "Circular" e que fazia isso exatamente...), mas entre as décadas de 1980 e 1990 a bicicleta era o meio de transporte por excelência.
Lembro com nitidez da minha primeira bicicleta, era dourada, devia ser aro 20, eu devia ter uns 7 anos. Era de segunda mão, mas era uma Caloi. Na época tinha aquela propaganda "Não esqueça da minha Caloi" e obviamente essa era "A" bicicleta. Lembro exatamente do dia: era natal, a bici tava em cima do sofá (um sofá preto lindo...) num canto atrás da porta coberta por um pano. Cada vez que revejo essa cena na memória revivo a emoção de ver aquela bici... Não importava que era de segunda mão, que não veio na caixa e tava até meio "ralada". Minha mãe me comprou uma bici! Todinha minha!!!!
Foi com essa bici que uma vez "fugi de casa" pra casa da minha tia Emídia que ficava há duas quadras de casa. Foi com essa bici que meu vô me ensinou pra quê que serviam os pedais e que tinha que passar óleo na correia. Não lembro que fim teve essa bici. Minhas lembranças com ela acabam aqui. Mas são muito boas lembranças.
Lembro também da Caloi 10 que meu pai tinha. Achava linda aquela bicicleta, tinha um pneu fininho e um guidão que parecia um bode. Hoje re-editaram essa bici e custa uns 3 mil!!! (Ô pai, a gente tinha que ter guardado! kkkkk)
Tive outras bicicletas. E também odiei bicicletas por um tempo.
Minha avó materna tinha um cavalão de ferro enorme, uma bici toda feita de pedaços de outras bicis e cheia de borrachas feitas com câmara. Morria de vergonha dela!!!! Ela andava sempre carregando lenha, chás, matos e ervas de toda a espécie e fazia questão e "sem querer" passar na frente da escola e insistir em me dar carona!! Eu muitas vezes andei empoleirada num toco de árvore ou submersa em mato em cima daquela bicicleta. Por ironia a Vó tava empurrando a bici quando foi atropelada (ou tava a pé? Acho que apaguei essas coisas doídas da memória). Hoje sinto saudade.
Na adolescência preferia caminhar mais de 2km até a escola, mas não ia de bicicleta. Sei lá porque, desconfio que eu tinha vergonha. Bobagens de adolescente que com o tempo passa....
Bobagens a parte era também difícil andar de bici em Osório, já disse pra vocês que é a Terra dos Bons Ventos eu só não disse que esses ventos são bons e velozes!!! Nos dias que tinha que ir contra o vento na Costa Gama era de matar!!!
Foi num baita tombo de bici, descendo o Morro da Borússia que experimentei a solidariedade dos bons amigos. Lembro até hoje do Atílio me carregando toda ralada e doída de volta pra casa e do Cabrito (não sei o nome dele!) carregando minha bici toda arrebentada e depois "endireitando" ela pra mim.
Quando me mudei pra Porto Alegre logo nas primeiras semanas senti falta da bici. Cada vez que pegava um ônibus e descia umas duas ou três paradas depois eu pensava "Putz, de bici ia ser num instantinho!". Cheguei a comprar uma bici, uma Caloi Terra (olha a Caloi de novo...), mas não rendeu muito. Morava no alto da Oscar Pereira, quem conhece POA sabe que é a lomba mais íngreme da cidade!!!! Cheguei a ir pedalando até o Campus do Vale algumas vezes, mas a volta era sempre uma tortura...
Um dia me apertei de grana (um dia? que ironia...) e vendi a bici. Chegou a dar dó.
Mas agora tô feliz de novo!!! No dia do meu aniver peguei a bici e dei meu primeiro passeio com o Téo! Foi ótimo! Olha aê minha magrela:
Sim, é uma Caloi ;-)
O Téo adorou o passeio, até chorou pra descer! Hoje chegou o capacete dele e vamos voar as tranças por aí!!!!
De quebra ainda descobri um bicicletário bem bacana em Canoas, no Conjunto Comercial (com segurança e tudo!) que até cadastrei no Vá de Bici! que tem um Mapa dos Bicicletários de Porto Alegre e região.
Hoje andar de bicicleta tá na moda, é ecológico, é sustentável. Gosto dessa ideia também. Mas devo confessar que andar de bici tem um gostinho de infância, de um "tempo bom que não volta nunca mais"....
Tem gente que jura que ela existe, que nenhum relacionamento resiste.
Bom, hoje eu e meu amado Cristiano estamos completando 7 anos e 6 meses.
E a crise?
Não sei onde ela se escondeu, só sei que continuamos firmes e fortes. Não sem atritos, porque seria muito chato. Mas seguimos firmes na certeza de que somos a melhor opção um para o outro.
Posso dizer por mim. Tenho certeza absoluta de que encontrei a parte da minha alma que faltava.
Sem ilusões, não é fácil manter um relacionamento, pra isso é necessário muito amor, mas também dedicação. Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que me dedico para que o nosso relacionamento dê certo. Digo isso porque cada vez mais ouço pessoas (principalmente mulheres) que têm prazer de reclamar de seus parceiros como se fosse verdadeiros "carmas", e sempre que ouço me coço de vontade de perguntar: "E ele(a) sabe de tudo isso?" Reclamar é muito fácil, difícil mesmo é procurar melhorar, encarar medos e falhas, ouvir que tu também não é "perfeito" pra outra pessoa e ainda assim avaliar que o amor é maior e decidir seguir.
Sei que o Cristiano me completa de diversas maneiras, mas o que mais admiro no nosso relacionamento é a nossa capacidade de nos mantermos um ao lado do outro com prazer, sem traumas, sem rancores e coisas não-ditas. Ele é meu amigo, amante e confidente.
Pra variar me lembrei de uma música (já tinha feito isso aqui), dessa vez nacional, é do Lulu Santos, por que, de fato, nós somos um mistério para o "futuro" ;-)
Estou há mais ou menos um mês ouvindo sem parar o disco intitulado "21" da Adele.
Tudo começou quando ouvi Rolling in the deep na rádio. Não sou uma "conhecedora" de música e não tenho vergonha nenhuma em dizer que Adele era uma ilustre desconhecida para mim. Mas quando ouvi essa música corri na playlist da Itapema (adoro rádios que disponibilizam playlist!) e catei o nome. Paixão imediata, arrebatadora!!!
Depois de ouvir Rolling... até cansar, meu amigo querido Éverton me apresentou Don't you remember. Música melancólica, doída, e ótima!!! Aliás, todo o cd da Adele é melancólico, mas é uma melancolia bonita, suave....
Pronto! Feita a tragédia: baixei todas as músicas do disco 21 e ouço sem parar!!!
Depois de ouvir um zilhão de vezes minha paixão é Set fire to the rain, ouve e me diz se não é demais
Adele, agora não mais uma ilustre desconhecida pra mim!!!!
Não sei se comentei aqui, mas enfim. Pra quem não sabe sou apaixonada por basquete. Jogo desde os 12 anos e só pretendo parar no caixão. Atualmente a frequência não é a desejada, mas sigo amando esse esporte.
Pouco depois da Seleção Brasileira Masculina garantir vaga nas Olimpíadas, depois de 16 anos de jejum, eu vi uma reportagem que me deu vontade de escrever aqui: porque será que gosto tanto de basquete?
Na real, poderia estar falando aqui da magia do esporte, de forma geral, mas depois dessa reportagem, tenho que puxar o assado pro meu lado....
A manchete é: "Jovem carente dá a volta por cima no basquete com 'adoção' de professoras"
Destaquei dois trechos do texto, mas o vídeo é emocionante e recomendo! "João Vitor, 12 anos, poderia ter sido mais uma criança sem futuro se não fosse o trabalho de duas ex-jogadoras de basquete. Há três anos incluído em um projeto social, que o tirou do Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, o jovem passou a morar na casa de Ana e Márcia, veteranas no esporte, e tem sido destaque nos torneios que participou, como o Estadual Carioca, em que defendeu o time sub-13 do Tijuca Tênis Clube" "O projeto de vida dele é a mudança de vida, basquete, mas mudança de vida em primeiro lugar, mudança de atitude, saber que ele pode, pode crescer, ser melhor a cada dia – explica Márcia sobre a volta por cima do menino."
Ver essa reportagem me fez voltar no tempo e lembrar da minha infância e adolescência dedicada a um esporte, ao basquete. Não fui para a WNBA e nunca fui jogadora profissional. E esse definitivamente não é o maior resultado que o envolvimento no esporte me trouxe.
Na cidade onde "me criei" (Osório) as opções para os jovens eram escassas, já na década de 90. Participar de uma equipe de basquete, ter horários de treino e campeonatos no final de semana de saída já diminuíram as minhas possibilidades de estar "vagabundeando". Não tive uma infância abaixo da linha da pobreza, mas ainda assim as possibilidades "do mau" também estavam ali, me olhando, notadamente drogas e álcool. Aos 14 anos tudo que se quer é "aproveitar", e eu mesmo fazendo parte de um projeto esportivo tive meus porres e loucuras, imagina se não estivesse??? Talvez estivesse entregue ao mundo das drogas, vai saber??
Lembro até hoje da minha primeira participação num campeonato, foi em 1993, o jogo era em Porto Alegre, uns 96km de Osório, ida de manhã e retorno a tarde, o que não impediu que eu levasse uma mochila imensa e um estoque de comida suficiente para uma guerra nuclear! Lembro até hoje da emoção de entrar no ônibus e ir sozinha (leia-se sem minha mãe) pra algum lugar! Nunca vou esquecer do lugar (hoje sei que o Centro Vida na Baltazar) e dos jogos, foi tudo mágico! Aos 12 anos eu tinha que ter responsabilidade suficiente para não perder o ônibus, cuidar da minha própria mochila, me manter atenta ao grupo, e, principalmente obedecer os adultos (técnico e assistentes) presentes. Coisas muito simples, banais até, mas que fazem toda a diferença no futuro.
Passei a adolescência numa paixão doida pelo basquete! Tinha até um caderno onde anotava as jogadas, não faltava treino por nada, e quando minha mãe tentou me castigar proibindo de ir fiz greve de fome!!!!!!
O que eu quero dizer com tudo isso é que os esportes, notadamente os coletivos como o basquete, tem um benefício que é pra toda a vida. No meu caso (e no caso do João Vitor aí da reportagem) me permitiu passar por uma fase da vida onde as possibilidades de tu te desviar do caminho são muitas, coloridas, maravilhosas e atraentes, sem perder o foco. De aprender a conviver com pessoas diferentes e respeitá-las, e, principalmente, respeitar e admirar os mais velhos, como aqueles que sabem mais que nós pelo simples fato de terem vivido mais. Algo que hoje em dia se resume a "minha vó não sabe mexer no celular, logo não sabe nada".
Sem dúvida, o maiores benefícios que tive foi aprender a trabalhar em equipe, aprender a perder, a ser solidária, respeitar as regras, respeitar as pessoas, saber que sou capaz e, principalmente, a respeitar e amar o meu corpo (a ponto de não intoxicá-lo).
Acho que tudo isso ainda alimenta minha paixão pelo esporte. A adrenalina de jogar, de competir, correr, voltar a infância... Quem já participou de algum jogo sabe bem do que estou falando!
Em homenagem a esse momento catei uma foto de um álbum. Não fui atleta profissional, mas participei de dois campeonatos brasileiros representando o RS (#orgulho), a foto abaixo é da edição de 1996, realizado em Curitiba. Perdi o contato com muitas das gurias que dividiram essa fase maravilhosa comigo, algumas seguiram carreiras esportivas, como professoras, técnicas e etc, e outras, como eu, trilharam outros caminhos. Mas tenho certeza que levamos para nossas vidas uma boa lembrança e muitas virtudes cultivadas nessa fase.
Da esquerda para direita
De pé: Celso Gomes (técnico), Camilinha, Kissa, Karen, Rochele, Ana Carolina, Kely, Álida (carinhosamente chamada de Tia Álida até hj, assistente)
Abaixadas: Ednara, Débora, Danúbia, Cláudia, EU, Ana Clara.
Desde 2009 o dia 19 de agosto é dedicado ao Historiador. É um dia a se comemorar, mas também para mobilizar: apesar do reconhecimento ainda não temos uma profissão regulamentada.
Eu entrei para o curso de História para ser professora de História. É isso que mais me fascina. Fiz pesquisa e gosto também, mas quero mesmo é dar aulas. Nesse campo estamos razoavelmente instalados, apesar de ainda convivermos com formados em geografia dando aulas de História e graduados em História dando aula de filosofia, sociologia, geografia e etc...
Durante anos o debate sobre a regulamentação foi negligenciado. Eu acredito que por falta de mobilização da própria categoria. Liderados por Doutores confortavelmente alojados em suas cátedras universitárias os historiadores não viam necessidade em ser "profissão". Fazer História era paixão, "militância".
Mas não tem lugar pra todo mundo na academia. Isso é fato.
Atualmente temos dois projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional (um no Senado e outro na Câmara) que pretendem deixar mais claro a todos que os historiadores também são fundamentais nas instituições de memória, de salva-guarda do patrimônio:
Art. 4º São atribuições dos historiadores:
I – magistério da disciplina de História nos estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior;
II – organização de informações para publicações, exposições e eventos em empresas, museus, editoras, produtoras de vídeo e de CD-ROM, ou emissoras de televisão, sobre temas de História;
III – planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica;
IV – assessoramento, organização, implantação e direção de serviços de documentação e informação histórica;
V – assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos, para fins de preservação;
VI – elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.
(projeto na íntegra aqui)
Outro fato: não só faltam lugares na academia como cresce a demanda fora dela. Principalmente na área da Cultura, especificamente na área de Patrimônio. Arquivistas, bibliotecários, museólogos, turismólogos já entenderam o recado e providenciaram suas vagas: atualmente não se pode ter um museu ou memorial sem um arquivista e um museólogo. A presença de um Historiador, o que na minha opinião é mais do que obrigatória no caso dos museus históricos, é "perfumaria", afinal, não existimos enquanto categoria profissional.
E aí?
O que faremos?
Continuaremos a reclamar que não somos consultados e deixar que museus históricos continuem divulgando o que bem entendem sem um mínimo de reflexão?Claro que é mais fácil reclamar....
Acho que caminhamos bastante, a ANPUH (graças ao Prof. Durval Muniz) finalmente entrou na discussão, e isso é extremamente salutar. O projeto de autoria do Senador Paulo Paim no Senado aparentemente caminha a passos largos, passamos já pelas comissão mais complicadas, Constituição e Justiça, e Trabalho.
Eu sou defensora ardorosa da regulamentação. Eu fiz um curso superior, mestrado e sou uma profissional. Amo o que eu faço, tenho paixão pelo ofício, mas também tenho um estômago. Estudei muito pra estar onde estou e quero ser reconhecida por isso.
Não acho que a regulamentação vai resolver todos os nossos problemas, mas acho que é parte da solução. Temos pela frente o desafio de pensar como será a atuação do Historiador frente a crescente "patrimonialização", teremos o poder de legitimar ou não determinados discursos, mas isso é pra depois....
Por hora vamos nos mobilizar e aprovar o projeto!
O último movimento foi quarta, o projeto chegou a Comissão de Assuntos Sociais e foi designado relator o Senador Cristovam Buarque, o que é positivo pois na outra vez que a matéria esteve nessa mesma comissão ele escreveu no relatório:
"Estamos convencidos de que, com essa regulamentação, além de se tornarem os cursos de História mais atraentes, uma vez que irá facilitar o acesso dos formandos ao mercado de trabalho, abrir-se-ão novos espaços ao historiador, que poderá colaborar de maneira mais efetiva na defesa do interesse coletivo, ao contribuir para a preservação de nosso patrimônio artístico e cultural.
A par desses aspectos, enfatize-se que, com a presente regulamentação, cria-se, finalmente, uma identidade legal do profissional da História. E, como bem asseverou o autor da proposta, num mundo onde a qualidade e a excelência de bens e serviços vêm se sofisticando sempre mais, dão-se condições ao historiador para que possa exercer sua profissão com amplitude de direitos, não permitindo a atividade a terceiros não qualificados tecnicamente ou sem formação adequada para o seu exercício."
Eu tô com ele! Se tu tem twitter mande uma mensagem para ele solicitando aprovação @Sen_Cristovam , no site dele (aqui) tem mais outras formas de contato!
Hoje, como faço sempre que almoço na minha sala, dediquei parte do meu horário de intervalo para ler meu blogs prediletos e etc., e fui presenteada pelo post maravilhoso da Kalu no Blog Mamíferas intitulado Menina Interior, nele ela compartilha conosco um vídeo com uma palestra com Eve Ensler, que até então não sabia nem quem era, e agora está no meu rol "pessoas que amo sem conhecer" ;-).
O texto da Kalu é algo maravilhoso, sensível e gostoso de ler, e a palestra me encheu os olhos de lágrimas...
Eve tocou num ponto que pra mim é fundamental "há tanto poder em ser uma menina que precisamos treinar as pessoas a não serem meninas".
Mulheres, o mundo precisa que nos libertemos. E agora tenho um dado estatístico para fundamentar o que eu já achava só de "coração": "se uma entre cada oito pessoas no planeta é uma menina com idade entre 10 e 24 anos, elas então são a chave, não só no mundo em desenvolvimento, como no mundo todo, para o futuro da humanidade."
Tive que dar uma catada, mas achei legendado e quero compartilhar com vocês.
Ela finaliza com um texto do seu livro que não resisti e tive que transcrever, e agora vou levar como um mantra "Sou uma criatura emocional"
Sou uma criatura emocional
Adoro ser uma menina
Eu sinto o que você está sentindo enquanto você sente o sentimento anterior.
Sou uma criatura emocional
Para mim nada vem em forma de teorias intelectuais ou ideias pré-concebidas.
Tudo pulsa através de meus órgãos e pernas e queimas minhas orelhas.
Eu sei quando sua namorada esta irritada, mesmo quando ela faz tudo do jeito que você quer.
Sei quando uma tempestade se aproxima.
Posso sentir as vibrações no ar.
Sei quando ele não vai ligar. É uma sensação que tenho.
Sou uma criatura emocional.
Adoro levar tudo muito a sério.
Tudo é muito intenso para mim, minha maneira de andar, o jeito que minha mãe me acorda, a dor insuportável da perda, a maneira como encaro más notícias.
Sou uma criatura emocional.
Estou conectada a tudo e a todos. Nasci assim.
Não diga que isso é negativo, que é coisa de adolescente, que é coisa de menina.
Esses sentimentos fazem de mim uma pessoa melhor.
Uma pessoa presente, uma pessoa preparada, uma pessoa forte.
Sou uma criatura emocional.
É um jeito especial de saber das coisas, que as mulheres mais velhas parecem ter esquecido.
Eu fico feliz de ainda ter isso em mim.
Eu sei quando o côco está para cair.
Sei quando a Terra chega a seu limite.
Sei que meu pai não vai voltar, e que ninguém está preparado para enfrentar o fogo.
Sei que batons são mais importantes que parecem, que meninos são muito inseguros, que terroristas são formados, não nascem terroristas.
Sei que um beijo pode destruir toda a minha capacidade de decisão.
E sabe do que mais? Ás vezes é o certo.
Nada disso é extremado.
É coisa de menina, o que todos seríamos se deixássemos as portas abertas.
Não me diga para não chorar, para me acalmar, para não ser tão exagerada, para ser razoável.
Eu sou uma criatura emocional.
Foi assim que a Terra foi criada, que o vento continua a polinizar.
Não há como dizer para o Oceano Atlântico para se comportar.
Sou uma criatura emocional
Por que você deveria me magoar e me derrotar?
Eu sou a sua memória
Posso levá-lo lá.
Nada se diluiu
Nada vazou
Eu adoro, entendem, adoro poder sentir o que você está sentido
Mesmo que me matem, mesmo que machuquem meu coração, mesmo que me desvirtuem, ou que me forcem a ser responsável.
Eu sou uma criatura emocional, incondicional, devotada.
E eu amo, repito, eu amo, amo, amo ser uma menina.
Sempre que vejo esse vídeo do Ricky Martin fico espantada com a diversidade da beleza. A música é ótima, a letra é linda e não tem uma pessoa feia nesse clipe.
E vejam, não estou falando de mulheres secas e rebolantes dos clipes "pornô-soft" que circulam por aí. São pessoas de todos os tipos e todas lindas. Tem negros, brancos, ruivos, carecas, "góticos", e todos os tipos de penteados. Em comum somente o fato de serem lindos.
Eu acho a beleza fundamental. Estou falando de beleza real, nada de seres esquálidos e que não envelhecem. O tempo ensina que o que é realmente belo é o corpo humano em suas variações. Tenho fascinação pelo que é natural, me encanta muito ver como nosso corpo é perfeito, tudo funciona em harmonia e por isso é belo.
Essa música traz ainda, pelo menos pra mim, mais uma grande mensagem: o melhor em mim é você. Somos todos um só. Minha beleza e minha felicidade é interdependente da beleza e da felicidade do outro. Só assim o mundo será melhor.
Bueno, no post anterior disse a vocês que tinha achado uma solução para ajeitar o meu cabelo crespo e ir a uma festa num dia chuvoso, eis o vídeo:
Devo dizer que fiz uma "releitura" kkkk Meu cabelo é mais comprido que o dela, então não fiz o último passo, de virar as pontinhas pra dentro, se não ficaria com maior ninho de cobra!
Fiz tudo na correria então o ponto positivo é que, sim, dá pra fazer em alguns minutos, mas cometi alguns erros que servirão de lição:
1 - Comprei 2 tiaras pretas e 1 dourada: não preciso nem dizer que as pretas "sumiram" no meu cabeção! Dá pra investir numas tiaras douradas e quem sabe até com algum detalhe (flor, strass e etc..).
2 - Os grampos: não escondi direito os grampos (pra não dizer que não escondi!), na foto dá pra vê-los, imagina ao vivo! Mico! Na próxima tenho que prestar mais atenção nisso.
3 - Gel: no vídeos ela não sugere porque tem um cabelo hidratado, o meu como é cheio de fiapos curtos pedindo socorro na frente seria legal ter passado um gel para domá-los.
Essa semana de fato estou muito nostálgica.
Tudo começou com Flashdance na segunda, depois fiquei com vontade e postei fotos antigas no Facebook, na quinta, fiz as unhas e pintei com Gabriela+Rebu o "clássico dos clássicos" no quesito esmaltes, ontem vi na TV "Um Tira da Pesada - 3" e hoje veio a consagração: procurando uma solução para domar meus cabelos cacheados em dia de chuva para ir numa festa importante eis que o Santo Google me joga na cara um vídeo com a Cynthia Rachel, ninguém menos que a "guria do TANG", quem não lembra?!!!
Não era bem esse comercial, mas foi o único que achei. Lembro bem que ver essa guria negra na TV pra mim foi uma libertação!!! Pensa bem: onde reinavam "xuxas" e "angélicas" aparece uma guria que tinha o cabelo crespo como o meu, mais ou menos a mesma idade que eu e era BONITA!!! Numa cabeça de uma guria de 8 anos isso era igual a alguém dizendo na minha cara: "Olha só como tu é bonita assim, bem desse jeito!"
Lembro dela depois no Castelo Rá-Tim-Bum que adorava (adoro), mas com certeza ver a propaganda do TANG foi algo que me marcou!
Obrigada Cynthia Rachel!!!
E o cabelo?
Sim, vou fazer o penteado que ela postou e depois mostro como ficou (tomara que eu consiga é claro ;-)
Se tem uma coisa que fala sobre minhas infância é o filme Flashdance. Eu devo ter visto umas duas vezes quando era bem pequena e mais algumas na Sessão da Tarde na adolescência.
Fiz horas e horas de aulas de jazz pra ser como a Alex.
Minha mãe comprou o disco e eu e minha irmã passávamos horas re-editando a coreografia. (tenho fotos, depois vou catar e por aqui)
Não fazia aula de dança sem polainas!
AMO!!!!
Mas o melhor de rever filmes como esse é descobrir o quanto eles te influenciaram!! Muita coisa que acho bonita ainda hoje eu vi naquele filme ontem!!!!
Tenho que comprar esse dvd!!! Enquanto isso, viva o Santo You Tube, apresento para os menores de 25 anos a cena final, o ápice, com direito a seleção de cenas no final!
Essa entra pra série "Boas ideias que valem por várias".
Na semana passada fui ao supermercado pra comprar leite e me deparei com a embalagem abaixo:
Reparem que não tem aquela caixa enorme de papelão e tem uma alça pra facilitar o carregamento.
Acho que essa iniciativa da Parmalat economiza o papelão e facilita a vida de quem carrega 12 caixas de leite pra casa, e de quebra facilita pra quem compra meia-caixa tb!
Alguns me dirão: economiza papelão mas gasta mais plástico (no invólucro).
Eu acho que não.
Quem compra uma caixa inteira leva plástico e papelão pra casa e ainda tem dificuldade pra carregar aquela caixa enorme. Quem compra meia caixa e não usa sacola retornável leva pelo menos 3 sacolinhas (qdo o vivente não tem que "duplicar" pra não furar") e também é ruim de carregar.
No caso acima tu não precisa pôr dentro de sacolinha e consegue carregar!
A quantidade de plástico pode até ser a mesma, mas só pela possibilidade de tu poder carregar sem usar sacolinha já tá valendo!
Tá aí um tema que gosto muito, acessibilidade.
Descobri esse termo quando fui trabalhar no MUHM e simpatizei de cara: acessibilidade = direito de acesso.
Durante a gravidez a simpatia aumentou e hoje me vejo vasculhando os lugares atrás de acessibilidade. Descobri o valor de um corrimão e de uma rampa ao carregar um barrigão!
Hoje, como faço diariamente, peguei o ônibus para ir trabalhar em Porto Alegre (moro em Canoas) e numa das paradas o cobrador saiu do seu banco e foi até a porta dianteira (local de embarque) auxiliar uma senhora, já bem velhinha e com uma muleta, a embarcar. Gentileza? Sim, com certeza. Mas não seria muito melhor e mais digno que ela pudesse embarcar sozinha??
Acessibilidade não é privilégio, é um direito.
Quando foi implantada a Integração Metropolitana no transporte de Canoas ocorreram diversos problemas e a orientação (aqui) era de que os usuários enviassem suas sugestões, críticas e reclamações para a Metroplan e para a prefeitura de Canoas. Bueno, como de praxe foi o que eu fiz.
Não vou transcrever aqui os e-mails, mas comecei reclamando dos horários e alteração do itinerário na linha Estância Velha - POA e aproveitei para reclamar da situação do carros, essa foi uma das fotos que anexei na primeira mensagem:
Reclamei de pagar R$ 2,95 para andar nessa charanga velha e a resposta foi a seguinte:
"Esse ônibus de prefixo 571 tem 17 anos é de 1994. Porém, nada impede de o mesmo circular se esteja em perfeitas condições de funcionamento. As fotos enviadas não demonstram nenhum problema aparente, os bancos da modalidade comum nesse caso não podem estar com os estofamentos rasgados ou com sua estrutura de fixação solta. Pelas fotos verificadas não estão com tal irregularidade, agora que o mesmo é um ônibus antigo isso podemos concordar, mas a empresa está gradualmente tentando renovar sua frota."
Vejam, um ônibus com 17 anos de estrada, barulhento, poluidor, desconfortável. Ruim para os passageiros e com certeza para o motorista, que deve estar surdo com o barulho e com a coluna em frangalhos por conta da suspensão de mais de uma década. Mas isso não é um problema.
Enfim... minha resposta foi a seguinte:
"Obrigada por tua resposta. Realmente parece que não há irregularidade no carro, há somente uma imoralidade, e como essa é subjetiva agradeço a tua compreensão e seguirei reivindicando meus direitos como usuária do transporte coletivo. É difícil de engolir que em Porto Alegre até as lotações sejam acessíveis e com ar condicionado e em Canoas sejamos "obrigados" a pagar tarifa semelhante e usar um serviço humilhante."
E então mencionei o que a minha vista é uma irregularidade: existe um decreto federal (5296/2004) que trata da Acessibilidade, o capítulo V chama-se "Acessibilidade aos serviços de transportes coletivos" que prevê uma série de normas. Não sou advogada, mas na minha leitura leiga foi possível notar que os ônibus devem ser acessíveis. Isso tudo em 2004. Em 2011 a VICASA não tem nenhum ônibus com elevador, nem sequer um com degraus mais baixos, que ajudariam e muito. Repito, não sou advogada. Mas não parece que tem algo errado aí?
Questionei a Metroplan e a resposta foi chocante:
"A Vicasa dispõe de apenas um ônibus com elevador na sua frota. Somente os ônibus fabricados a partir de 2009 já vem com elevador instalado. Um decreto estadual estabelece que a empresa que tenha em sua frota mais de 20 ônibus tem a obrigação legal de ter pelo menos um ônibus com elevador. Quando a empresa renovar sua frota vai estar conseqüentemente tendo mais veículos com elevador. Vou encaminhar seu email com essas observações para a empresa."
Hã?!!!
Entendi bem????!!!! Devemos aguardar um tempo "natural" de renovação da frota??????!!!!! Pagando R$ 2,95 de passagem????!!!
Para o mundo que eu quero descer!
Minhas principais dúvidas são: a Vicasa tem só 20 carros? Pode uma legislação estadual se sobrepor a uma legislação federal? Pode uma população com mobilidade reduzida esperar pra andar de ônibus? Bancos, lojas, e até prédios históricos tombados, que a princípio não poderiam sofrer nenhuma alteração, estão se adequando a legislação de acessibilidade: rampas, pisos táteis, braile. Do que isso adianta se a pessoa não pode chegar a estes locais?
Canoas é uma cidade que está se modernizando. Em vários aspectos. Na programação da Feira do Livro de Canoas deste ano estavam indicadas "rondas de acessibilidade". Não acompanhei, infelizmente. Mas até onde pude acompanhar as notícias, nada mencionou a situação do transporte coletivo. Quando toquei no assunto com o Secretário de Transportes e Mobilidade de Canoas na Ágora ele saiu de ladinho dizendo que Vicasa não é problema dele. A Metroplan também se esquivou.
É problema de quem então? DO USUÁRIO, ORA!! Quem mandou querer andar de ônibus! Se você é idoso, quebrou a perna, está grávida, torceu o tornozelo, tem que carregar um bebê no colo ou é obeso FIQUE EM CASA OU COMPRE UM CARRO. Essa é a mensagem da Metroplan pra você.
Recebi esse vídeo via twitter, RT pela @Karinalopesxx e achei fantástico, vou ainda decorar a lição e sempre que ouvir algum boçal perguntando "Você sabe com quem está falando?" responder com classe!!!
O vídeo tem quase 10min mas vale a pena!!!
Quem sou eu pra achar que o único modo de fazer as coisas é como eu faço?
Quem sou eu pra achar que a única cor de pele adequada é a minha?
Quem sou eu pra achar que o único lugar bom pra nascer foi onde eu nasci?
Quem sou eu pra achar que o único sotaque correto é o que eu uso?
Quem sou eu pra achar que a única religião certa é a que eu pratico?
Estou participando desde o ano passado do projeto ViDHas do Centro de Memória da Carris. O projeto é um produto da exposição "ViDHas: histórias de lutas e conquistas dos negros pelos Direitos Humanos" em que fui convidada para fazer parte, olha aê o painel com a minha biografia:
Não preciso dizer que fiquei mega-lisonjeada com o convite da Renata Andreoni, do Memória Carris. Topei na hora!
Além de mim, tem mais 3 personagens contemporâneas: Jorge Terra, Lorecinda Ferreira Abrão e João Cândido de Oliveira Neto. Um luxo!!!
E como se não bastasse o projeto ganhou novas cores: itinerância nas escolas!!!!
Aí sim, ficou mara!!!
A ideia é que escolas de Porto Alegre recebam os banners das exposição e um dos personagens para uma palestra sobre a exposição e principalmente sobre Direitos Humanos da população negra.
Após alguns meses organizando a parada começamos a itinerar pelas escolas, nas últimas duas semanas estive em duas escolas: no dia 08/06 na Escola Vila Cruzeiro do Sul e no dia 16/06 na Escola Vitor de Brito.
Adorei ir nas duas escolas! A possibilidade de conversar com crianças e adolescentes sobre um tema tão duro como o preconceito racial de forma franca e aberta é realmente uma experiência incrível.
Na Escola Cruzeiro do Sul, uma das perguntas que mais gostei foi de um aluno que relatou que na rua dele tem uma "véia" que não gosta de negros, e que a criançada joga pedras na casa dela por isso. Antes mesmo de que eu começasse a discorrer sobre o "violência não leva a nada" um dos alunos saiu com essa: "Aí mesmo que ela não vai gostar de negros mesmo!". Vejam: não foi sequer necessário que eu falasse, somente a possibilidade de eles debaterem isso coletivamente já fez "brotar" uma solução.
Obviamente aproveitei a deixa pra conversar sobre isso com os alunos, falamos muito sobre como devemos nos portar diante do preconceito, das ofensas, da dor que sentimos quando somos desrespeitados. Aproveito sempre pra falar de "empatia", que temos sempre que ter em mente que não é o melhor caminho "a mesma moeda" e que pra sermos respeitados devemos ter respeito também. E a acolhida foi ótima.
Olha aê as carinhas das figuras!!!
Na escola Vitor de Brito foi ótimo também!
Participaram duas turmas uma de 7ª e outra de 8ª série, a professora Simone, de História, fez a gentileza de me adiantar que eles já haviam trabalhado alguns temas da exposição em sala de aula, que a turma de 7ª por exemplo estava trabalhando escravidão, e a de 8ª estava começando a falar de Imperialismo e Apartheid. Mais perfeito impossível!!!!
Além disso a exposição estava bem no hall de entrada da escola.
Nessa escola pude utilizar o projetor, então acho que falei um pouco menos heheheheheh
Os alunos eram mais velhos, por isso um pouco mais fechados, fizeram quase nenhuma intervenção ou pergunta, mas sempre que provoquei algum questionamento eles respondiam, sinal de que não dormiram pelo menos!
Na verdade devo confessar: acho que quem mais se beneficia disso tudo sou eu mesmo. Pra mim é extremamente enriquecedor esse contato, a possibilidade de todo meu conhecimento e batalha poder servir de exemplo e possível rumo pra algumas cabeças é maravilhoso!!!
Já tinha comentado aqui que fui convidada para o cerimônia de apresentação do Gabinete Digital, ferramenta de interação do estado com a população.
Eu fui, dei uma de tiete com o Paulo Henrique Amorim e tirei horrores de fotos do Palácio!!!
Essa é só pra dizer que tava pertinho kkkk
Morri de orgulho: não só a apresentadora escolhida é negra como o chefe do Gabinete do Tarso, Vinícius Wu também!
Olááááááá tudo béim?? kkkk
As fotos do Palácio fica pra próxima...
Na verdade devo dizer que fiquei bem empolgada, achei o projeto ambicioso. As ideias que mais gostei foi de poder demandar diretamente ao Governador através do "Governador Responde" e também "chamar" o governador para determinada região através da "Agenda Colaborativa".
Tinha um monte de coisas a comentar, mas acho melhor que tu veja o vídeo do lançamento, fica mais claro:
Na semana que passou o Governador respondeu a primeira pergunta, que se referia à Segurança Pública. A pergunta teve 858 votos! (veja a resposta aqui)
No tema Educação, que eu achei que ia ganhar disparado, a pergunta com mais votos tem 106. Acho que faltou mobilização. Mas também temos que lembrar que esse primeiro momento não ia ser muito mais que isso não, as pessoas demoram um pouco pra tomar conta da ferramenta e entender bem qual o propósito e o funcionamento.
Em linhas gerais posso pontuar algumas coisas.
* no item navegação ele é excelente, primeiro porque usa software livre e segundo por que tem um design limpo e sem grandes "firulas" (leia-se flash e outras cositas) que acabam dificultando o acesso de quem não tem um PC mais encorpado, ou não tem muita "intimidade" com navegação. Nesse ponto ganha disparado da Ágora Virtual de Canoas, que precisa do Microsoft Silverlight e é todo cheio de flash e etc... fica lento e é um saco. Sempre fico tentando imaginar uma pessoa que mal e porcamente usa e-mail tentando acessar uma coisa dessas, no caso do Gabinete até rola, mas no caso da Ágora no primeiro acesso já aparece aquela perguntinha na tela "Deseja instalar?", pronto, a pessoa já acha que é vírus e nem continua! #fail
* falta na página inicial um cantinho para o cadastro/login, tu só descobre que deve se cadastrar quando acessa uma pergunta ou quer fazer uma. Aí já se foi um precioso tempo e é bem possível que tu não consiga voltar pra onde tu estava...
* por ser software livre não tem desculpa para faltar ferramentas de acessibilidade para pessoas com deficiência! Os vídeos não têm LIBRAS, não é possível aumentar as letras e contrastes das páginas e seria ótimo contar com um leitor de tela. Conheci durante um seminário sobre acessibilidade um leitor de tela em software livre e acredito piamente que a equipe de TI do Gabinete pode fazer rodar no site, é só querer. (saiba mais sobre essa ferramenta no Projeto F123). LIBRAS e contrastes nem se fala!!! Melzinho pra equipe do Gabinete!
* outro ponto positivo: agenda realista. Não dá pra querer que o Governador do Estado dedique um dia na semana pra ficar on-line, então a saída de votação para as perguntas serem respondidas e gravar vídeos com as respostas é excelente. Organiza melhor o tempo, sem deixar ninguém no vácuo. Além de "obrigar" as pessoas a se mobilizarem pra ter suas perguntas respondidas. Mais um ponto pra democracia.
* modernização do Estado. E não estou falando aqui somente da ferramenta de controle social, mas de uma visão mais moderna de gestão do Estado. Não dá pra ter twitter e facebook e ficar se achando o "moderninho", pra mim a TI é uma ferramenta poderosa de gestão eficiente e inteligente, basta ver que que grandes empresas da iniciativa privada já conhecem e exploram há anos esse potencial. Porque o poder público tem que viver na era do carimbo e três vias???? Na página do Gabinete Digital é possível ler um folheto chamado "Gabinete XXI. Democracia, Transparência e Gestão na Era Digital" (saiba aqui), onde são apresentados outros dispositivos, além do Gabinete Digital, adotados pelo Governo para a melhoria da gestão da coisa pública. Mais um ponto a favor.
Eu pretendo tirar um tempinho e colocar minhas questões pro Governador responder, então quem me acompanha nas redes sociais, desculpem, mas vou incomodar em breve!!!!!
Pra quem também usa o Gabinete e quer dar pitacos sobre o site a orientação é mandar as sugestões por e-mail para gabinetedigital@gg.rs.gov.br
Rendeu o meu post anterior. Esse humilde blog ainda bebê recebeu umas 500 visitas que muito me orgulharam.. Por isso achei por bem fazer um post esclarecendo alguns pontos.
Na verdade vou esclarecer um só ponto, o meu ponto de vista.
Todas concordamos que foi uma piada desagrádavel. Mas eu continuo achando que foi só uma piada. (O que gostei mesmo foi de ver o debate que rendeu, hehehehe)
Sinto que acabamos chamando atenção demais para o que não era importante. A divulgação do mamaço por exemplo se ressentiu disso. Eu mesmo apesar de me considerarr uma "mami conectada" só soube da confirmação do mamaço de Porto Alegre em cima da hora. No twitter só se falava em CQC...
Enfim...
Antes quero agradecer a "ButecoFeminino" pela indicação do texto do Marcelo Rubens Paiva que gostei bastante e as gurias da Rede Mulher e Mãe.
Vamos aos fatos.
O que pretendo aqui é explicar o porquê que fiquei tão passada. Acho que sei o porquê: tenho "trauma" de "feministas". Assim com aspas para não desrespeitar a história grandiosa desse movimento.
Pra tentar explicar vou começar contando um episódio da minha biografia, por assim dizer.
Minha mãe se separou do meu pai em 1988, eu tinha 8 anos e minha irmã 5. Não ouve briga aparente. Nunca vi meus pais se agredirem. O amor acabou, e para eles isso já justificava a separação.
Minha mãe teve que ouvir da própria mãe que não a queria "desquitada". Uma vergonha.
Nessa ocasião minha mãe tinha passado num concurso público e trabalhava 500km distante das filhas (sim , tu não leu mal quinhentos quilômetros!! Só hoje consigo dimensionar a dor).
Ela engoliu a dor da separação e os olhares preconceituosos, a saudade das filhas, e manteve uma boa relação com meu pai. Ele seguiu morando conosco por anos. Eu só fui descobrir os detalhes "sórdidos" da separação já no final da adolescência. Pra nós foi simplesmente dito "o pai e a mãe agora não são mais namorados". O máximo de problema que essa história me causou na época era explicar aos colegas do colégio porque meu pai e minha mãe moravam juntos e não eram mais casados ;-) Seguimos, eu e minha irmã, numa infância dentro dos padrões, com pai e mãe sempre por perto.
Minha mãe é uma mulher de fibra. Lutou pelos direitos dela, exigiu sempre igualdade de tratamento e não se deixou abater, nunca deixou ninguém dizer a ela que não poderia fazer algo por ser mulher.
Minha mãe é então uma feminista? Sim, mas desconfio que ela nunca tenha gostado desse rótulo, ou até que nem tenha se visto dessa forma.
E eu peguei verdadeiro nojo dele.
Eu vi uma "verdadeira feminista" em ação.
E vi também minha mãe ter amigas que militavam no movimento, por assim dizer, tinham discursos embasados, empunhavam bandeiras e gritos de ordem mas em casa acabavam com as mãos no tanque esfregando cuecas. Mantinham casamentos infelizes para não ficar "sem marido", e outras ainda que procuravam nos casamentos a segurança financeira do futuro.
Minha mãe me ensinou com sua trajetória que os homens não são um inimigo a ser combatido. Ela poderia ter nos afastado do nosso pai com a separação. Seria considerado até natural. Afinal os filhos são das mulheres e aceitamos bovinamente que homens paguem pensão e mantenham-se a distância e até sumam. Ela preferiu ter meu pai por perto e com isso nós ganhamos um pai e meu pai uma oportunidade de crescer. (Hoje sei que o preço foi alto, meu pai não foi o ex-marido perfeito.)
Acho que é por isso que reações como a da Lola me incomodam tanto. Seriam os homens a encarnação do mal na terra?
Acredito que a responsabilidade de um mundo melhor, inclusive de homens melhores, é também das mulheres.
Nesse episódio especificamente. Quantas de nós, mães e mamíferas, que saímos em defesa do mamaço propusemos essa discussão entre os homens que nos cercam? E não estou falando apenas dos maridos, falo também dos nossos pais, irmãos, filhos, amigos.
Poucas. Tenho certeza que poucas.
Algumas me dirão: "Ah, mas o meu marido não entende dessas coisas" ou "Meu irmão é muito novo, nem dá pra falar com ele sobre isso."
Todas respostas prontas de quem considera os homens seres incapazes.
Eu não acho.
E acho mais: o mundo é tão das mulheres que está nas nossas mãos mudar os homens também.
Pra mim o mundo precisa muito mais, agora, do movimento feminino do que do movimento "feminista".
Tá passando da hora das mulheres pararem de reclamar dos homens e tomar atitudes pró-ativas. Eu falo isso muito também porque tenho a responsabilidade de deixar para o futuro um homem mais educado e consciente que atende pelo nome de Teodoro.
Por essas e outras razões que achei desproporcional a reação contra o CQC.
Ontem, na blogosfera materna todas fomos convocadas para mais uma mobilização: "Eu digo um basta e você?". A mobilização foi convocada pelas sempre tão lúcidas gurias da Rede Mulher e Mãe. Passei o dia desconectada, então fui me inteirar do assunto.
Vou resumir com as minhas palavras: uma pessoa pediu que o pessoal do CQC, da Band, divulgasse o Mamaço Nacional que vai acontecer no domingo. E os caras fizeram piada.
Só.
Simplifiquei demais?
Não acho. Na verdade acho que estão dando luz demais para o que não é importante.
Sim, é um absurdo o que aconteceu no Itaú Cultural. A mobilização foi importante, temos realmente que defender nosso direito e de nossos filhotes. Sim, o episódio das fotos "censuradas" no Facebook também mereceu mobilização. Sim, o maluco que comparou amamentação com masturbação mereceu um esporo público na web.
Mas ficar achando que uma piada é perseguição, pra mim, é demais. O Jornal Nacional, até onde sei, não divulgou o Mamaço também, alguém aí apedrejou o William Bonner?
Porque ninguém convoca uma blogagem coletiva contra o Zorra Total? Háanos não vejo esse programa, mas na última vez que recordo tinha uma mulher nua atrás de uma cerca de madeira que lhe cobria apenas a genitália e os seios, ela se esforçava para que um "caipira" a aceitasse. Assim, de brinde. Quer algo mais escroto que isso? Mulheres oferecidas como souvenir em rede nacional.
Isso pra não falar no Pânico, com suas siliconadas rebolantes enfeitando o palco, ou ainda semi-nuas passando por provas completamente humilhantes.
Ah, mas são programas de humor, deixa pra lá! E o CQC é o quê? Programa de orações?
Vivemos a paranóia do politicamente correto. E o pior, a ilusão da democracia: "Sou super democrático, desde que sua opinião não seja contrária a minha.". Esquizofrenia pura.
No post que convoca a blogagem lemos a seguinte frase: "Blogagem Coletiva - Um BASTA à proibição".
Opa, perdi uma parte: que proibição????
Até onde sei único fato "novo" nessa do Mamaço era o tal comentário no CQC. O Rafinha Bastos e o Marcelo Tas são bem "influentes", mas suas opiniões não têm força de lei. E muito menos pra me fazer parar de amamentar onde bem entender.
A polêmica tomou corpo com um post no blog da Lola, gostei do texto, os dois que têm esse tema (aqui e aqui). Diz ela que o Tas quer processá-la. Bueno direito dele, se sentiu ofendido paciência. Ela perdeu a mão em alguns momentos, mas tb tem direito de dizer o que pensa. Empate técnico.
Vou no Mamaço do domingo, defendo com unhas, dentes e peitos o meu direito de alimentar meu filho onde eu quiser, onde me sentir confortável. Mas não vou aderir a blogagem coletiva porque detesto fundamentalismos, de todos os tipos. Sigo com a bandeira PRÓ-AMAMENTAÇÃO, bandeiras "contra" não me atraem muito.
Pra fechar, vou citar um texto que saiu hoje na Zero Hora, do David Coimbra (não tenho o link pq recebi via e-mail). Não sou fã dele, muito menos da ZH, mas nesse texto ele se puxou e concordo em gênero número e grau:
03 de junho de 2011
DAVID COIMBRA
As vítimas do Brasil
OBrasil atingiu um nível de tolerância intolerável. Estamos sob a tirania dos mais fracos. Basta o sujeito ser de uma suposta minoria para oprimir a suposta maioria. Exemplo da hora: os ciclistas de Porto Alegre. São os oprimidos opressores do momento. Um psicopata engatou uma terceira e tocou o carro por cima de uma vintena deles, semanas atrás. Um crime, um absurdo e tudo mais. Mas por que os ciclistas estavam ocupando TODA a via PÚBLICA na hora do atropelamento? Por que os ciclistas de Porto Alegre, quando pedalam em grupo, continuam ocupando TODA a via pública?
Outro dia alguém se queixou por ter ficado 15 minutos preso atrás de um pelotão de ciclistas, numa sexta à noite. Disse assim, o queixoso:
– E se eu estivesse indo para o hospital? E se fosse uma emergência?
Ora, não é preciso haver uma emergência para censurar quem bloqueia a via pública sem permissão. Posso estar indo ao cinema, ou para a minha casa, ou posso estar simplesmente rodando à toa, não interessa, eles NÃO TÊM DIREITO de obstruir a rua. Só que o caso do atropelador psicopata lhes conferiu uma arrogância desafiadora. Já vi ciclista xingando motoristas, ameaçando chutar a lataria do carro. Eles agora são inimigos do motor à explosão, defensores intransigentes da tração animal. E ninguém pode dizer que prefere andar de carro. Por quê? Porque se transformaram em vítimas. A vítima pode tudo, no Brasil.
O cara fala nóis fumo, nóis vortemo, nóis pega os livro, mas num sabe lê? Não ouse corrigi-lo. Se o fizer, você revelará todo o seu preconceito linguístico, você será da classe dominante que oprime a classe dominada com a gramática. Pobre classe dominada, sufocada por mesóclises e concordâncias perfeitas. Há que se tolerar quem não fala a “norma culta”. Se o professor disser que quem fala nóis pega us livro está “falando errado”, o aluno vai se traumatizar, vai “se sentir entre dois mundos”. Mais uma vítima nesse país de vítimas.
As verdadeiras vítimas do Brasil são os poderosos. Ou os supostamente poderosos: os parlamentares. Você quer posar de revolucionário, de defensor dos mais fracos, de corajoso? Enxovalhe o parlamento. Fale que é tudo culpa dos políticos, inclusive daquela taipa que você elegeu. É sempre saudável desancar um político. Faz bem para a pressão, alivia o estresse, todo mundo concorda com você e você se sente... uma vítima. Todos somos vítimas dos políticos.
Agora mesmo, em meio à polêmica Bolsonaro-homofobia, ouvi gente boa defendendo publicamente o fim da imunidade parlamentar. Seria o mesmo que acabar com o Legislativo. Porque o deputado pode até ser uma besta, mas ele tem direito de dizer besteira. Ele é um parlamentar; o parlamentar parla. Bolsonaro está defendendo ideias retrógradas e tacanhas porque representa um eleitorado retrógrado e tacanho. Que tem direito à representação. Bolsonaro diz que não aceitaria que o filho dele fosse homossexual. O eleitorado dele também não aceitaria. Eu mesmo, eu aceitaria sem problemas que meu filho fosse homossexual, desde que não fosse corrupto ou vegetariano.
Pronto. Acabei de transformar os vegetarianos em vítimas."
As feministas dirão que ele é machista e lerão "mensagens subliminares" que dizem que todas as mulheres são fracas. Para essas já liguei o botão do FODA-SE.
Eu não sou vítima de nada, a não ser das minhas próprias ideias.
Quem sabe alguém também não goste de mim e me dê uma audiência de graça ;-)
P.S.: Gosto do CQC, gosto tanto do Tas quanto do Rafinha. Quem já viu A Liga, outro programa da Band, entende um pouco melhor o "personagem" Rafinha. Mas não acho que eles tenham assim tanta importância.
P.S.: Como sempre a @maedemerda traz um ponto de vista interessante, leia o post aqui
P.S: descobri a pouco que o vídeo polêmico se quer foi em rede nacional, foi na continuação do CQC na web... afff..... link aqui